Espetáculos
Remontagens e releituras
A Bienal do Ceará este ano direciona uma atenção especial a questões relativas aos repertórios coreográficos e seus processos de transmissão nos contextos de produção, difusão e formação em dança contemporânea. Com esse intuito a programação artística conta com obras coreográficas que se tornaram marco da produção de companhias de projeção internacional, assim como remontagens e releituras de trabalhos considerados patrimônio coreográfico da dança cênica ocidental. Este ano a Bienal do Ceará recebe coreógrafos e bailarinos da Bélgica, França, Itália, Israel e Argentina, além de nomes importantes da dança no Brasil.
Michèle Anne De Mey, uma das mais representativas coreógrafas da Bélgica, apresenta, ao lado de Grégory Grosjean, a performance 12 Easy Waltzes. Pierre Droulers, co-diretor do Charlerois/Danses (Centro Coreográfico da Comunidade Francesa Wallonie-Bruxelas), traz a remontagem de De l'air et du vent, obra de 1996. O músico e cineasta Thierry De Mey, também diretor do Charlerois/Danses, mostrará na abertura da Bienal do Ceará o videodança Prélude à La Mer, de 2010, com coreografia de Anne Therèse de Kersmaeker e performance de Marc Lorimer e Cynthia Loemij.
O bailarino e coreógrafo Cláudio Bernardo, cearense radicado há mais de 20 anos na Bélgica, retorna à Bienal do Ceará como coreógrafo do espetáculo Essa Tempestade, inspirado na tragédia A Tempestade, de William Shakespeare, escrita em 1611. O espetáculo foi composto especialmente para o Balé Teatro Castro Alves (BTCA), que nesse ano comemora 30 anos de existência e se apresenta pela primeira vez na Bienal.
A França reafirma este ano a parceria criada com a Bienal do Ceará desde sua primeira edição, que já resultou na vinda de nomes como Maguy Marin, Ballet de Lorraine, Alain Buffard, Compagnie Carolyn Carlson, Angelin Preljocaj, Mathilde Monnier, Boris Charmatz, entre outros. Este ano, a Bienal recebe coreógrafos que participarão de ações formativas e artísticas. São eles: Sylvain Prunenec, Jérôme Bel, Loïc Touzé e Cie. Toujours Après Minuit.
A companhia Wee, fundada na Noruega, participa com o espetáculo Surprised Body, com performance ao vivo de Jon Balke&Batagraf (Helge Norbakken, Kenneth Ekornes, Ingar Zach). De Israel, a Bienal do Ceará recebe a Inbal Pinto & Avshalom Pollak Dance Company, com Ma'atzama, espetáculo criado por Talia Beck. Da Argentina, Diana Szeinblum, coréografa de Buenos Aires que atuou no Folkwang Tanzstudio sob a direção de Pina Bausch, apresenta Alaska, trabalho que explora a relação entre quatro personagens e o conceito de "espaço interior".
Do Brasil
A mostra de espetáculos será complementada com trabalhos locais, selecionados a partir de convocatória, e trabalhos nacionais convidados para compor a discussão proposta na programação. Entre os quais, a São Paulo Companhia de Dança, com L'Après Midi d'um Faune, Cristian Duarte (SP) traz 100 Hot, o Núcleo Luis Ferron (SP) apresenta Sapatos Brancos, João Saldanha (RJ) vem com Núcleos e dirige Angel Vianna, a maior personalidade da dança no Brasil, e Maria Alice Poppe em ...Qualquer Coisa a Gente Muda, Pedro Salustiano (PE), vem Samba no Canavial, Lume Teatro (SP), apresenta o espetáculo Sopro e a demonstração técnica Prisão para a Liberdade, e Carlos Simioni, fundador do Lume, que atua nas duas apresentações, ministra oficina em Fortaleza, Paracuru, Itapipoca e Juazeiro do Norte.
Do Ceará, a 8ª Bienal de Dança terá nomes como Cia Independente em dois trabalhos, Kairós e Coreografismos, a Companhia de Arte Andanças apresenta O tempo da paixão ou "o desejo é um lago azul", e Graça, Cia Vatá leva à Bienal Assim é se lhe Parece e Cartas do Asilo, Alysson Amâncio Cia. de Dança está na programação com Vórtices, Grupo N ∞, com Mistura – A Dança das Coisas, entre outros.
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