Marta Aurélia apresenta na V Bienal De Par Em Par um repertório que reúne algumas canções do seu projeto Vagabunda Flor e de seu novo trabalho, mais autoral, provisoriamente chamado Acesa, no qual junta poemas, canções e outras musicalidades.
Vagabunda Flor aconteceu no final de 2014 como trabalho final do Laboratório de Música do Porto Iracema das Artes, cuja tutoria foi feita pelo guitarrista e produtor Jr. Tostoi. Entre suas várias exibições, destacam-se a que foi feita na abertura do Maloca 2015, no anfiteatro do Dragão do Mar, e que foi exibida como programa especial na TV Diário, a convite do diretor Garcia Jr. Algumas canções autorais deram o tom deste espetáculo, que foi complementado com canções de vários autores brasileiros e estrangeiros, compondo um trançado de ritmos e estilos diversos.
O projeto Acesa começou sua caminhada experimental ainda com material não totalmente autoral na programação de aniversário do Porto Iracema das Artes em 2015 e, na fase atual, além de Marta ter decidido torná-lo completamente autoral, levou-o para o estúdio do multi-instrumentista e performer Eric Barbosa, na intenção de transformá-lo musical e performaticamente, com as parcerias criativas de Ayrton Pessoa e Gustavo Portela. O projeto ainda está em andamento, em produção de estúdio.
Para a apresentação na FRINGE, Marta Aurélia decidiu juntar elementos dos dois trabalhos e, para isso, convidou os músicos com quem vem trabalhando em estúdio para o projeto Acesa, além de seu parceiro de longa data Erivan Produtos do Morro. Erivan, que foi convidado para dar o tom mais eletrônico à apresentação, integrou a maioria dos projetos da cantora nos últimos anos. Artista plural e com gosto pelos trânsitos intergeracionais, estilísticos e de linguagens, Aurélia vem experimentando em várias direções a sua veia criativa com a música e a cena. De um lado, sem descolar muito da idéia de show, do outro buscando enveredar mais pelo caminho da performance ou das crias que se deslocam do lugar comum. Entre um e outro, a possibilidade de afetação, criação conjunta, de deixar levar pelo imponderável, pelo inusitado. É assim que parte do repertório do show do dia 25, nas Fringes da Bienal de dança, será formado por textos musicados e novas canções do Projeto Acesa, numa ‘pegada’ que viaja entre o acústico e o eletrônico, além de algumas canções que estão no roteiro do espetáculo Vagabunda Flor. Entre estes, talvez haja ainda um pouco de Guttur[1]. Será?
[1] Projeto experimental da cantora, em parceria com o músico Ayrton Pessoa, que será apresentado no Instala Sesc da Bienal de Dança, dia 24, às 20h.