A Residência é parte da pesquisa do coreógrafo paulistano Luis Ferron, que, de forma geral, busca nas relações envolvendo encontros fortuitos, uma proposta córeo-performática que se estabeleça de forma horizontalizada, a partir da experiência entre artistas e espectadores. Ferron denomina de Discotheque a performance resultante de sua pesquisa.
De cunho prático, a Residência chega com a intenção de agregar artistas da dança, performance e teatro para construir uma nova possibilidade de Discotheque existir. “Discotheque é uma experiência artística que nega uma forma posta a priori e elege o espectador como autor complementar e indispensável para a inauguração de formações fugazes. Uma obra que se constrói no instante de cada tempo-espaço, junto e com os participantes”, explica Ferron.
Luis Ferron, atista da Dança desde 1983, pedagogo, pós-graduando em Artes da Cena pela Universidade de Campinas – UNICAMP tem como característica principal a escuta e o diálogo envolvendo: espaços culturais, suas filiações corporais e a dança cênica como mote inspirador, e disparador, para as suas pesquisas em criação. A partilha em rede também faz parte da sua lógica como coreógrafo e para tanto, além da abertura para interferência de outros profissionais no seu próprio núcleo de criação, desenvolve projetos coreográficos junto a diversos grupos e artistas independentes da cidade de São Paulo e território nacional.É diretor e coreógrafo do Núcleo Artístico Luis Ferron com o qual tem verticalizado, nos últimos anos, as suas pesquisas e criações abarcando sobretudo variáveis das culturas afro-brasileiras. Inserido nesse contexto investigativo, o desenvolvimento de discursos corporais cênicos a partir de culturas diversas em tempo e espaço, assim como as resoluções estéticas construídas através das imbricações entre dança cênica, cultura popular e relações de proximidades entre artistas e público ganham destaque na sua trajetória como coreógrafo.