2016 | 50 min | 18 anos
Esta performance coloca um personagem no centro: Homem-Mulher. Agokwa. Este é um dos nomes que os ameríndios dão ao homem-mulher. Dois espíritos é outro. Através de sua presença como homem e como mulher, Yann Marussich deseja prestar homenagem a estes Agokwas.
"Eles são homens que vivem como mulheres, vestem-se como mulheres. São consideradas mulheres. Durante séculos, elas foram completamente integradas às sociedades ameríndias. Alguns foram até elevados à categoria de xamã. Foram, portanto, valorizadas. A chegada dos colonos foi um desastre absoluto. Elas eram consideradas demônios sodomitas. Os colonos, portanto, ordenaram seu genocídio, devorando-as. Este foi o período da Inquisição e os conquistadores viajavam com seus cães. Hoje, um genocídio de memória mais vicioso e igualmente mortal está sendo praticado. Através de sua presença como homem e como mulher, Yann Marussich deseja prestar homenagem a estes Agokwas. Estabelecer um diálogo profundo com a memória dos Agokwa, não através de sua história, mas através de um certo reconhecimento do modo social dos ameríndios e do reconhecimento que estas sociedades ameríndias foram capazes de dar a estes homens-mulheres. Sua inclusão natural, porque cada indivíduo deve ter um lugar. Elas eram xamãs. Presto homenagem aos xamãs que vivem dentro de nós e que temos dificuldade de reconhecer. Presto homenagem a esses homens-mulheres que souberam dar vida às partes femininas e masculinas que estão intrinsecamente nelas, mas também em cada um de nós. Pois é disto que somos feitos e devemos reconhecer isto, senão nos tornaremos cães, os próprios cães que devoraram os Agokwa. Presto homenagem à mulher que há em mim. Presto homenagem ao homem que há em mim. Presto homenagem a seu rico diálogo interior. É a única coisa que eu posso fazer. Sim, há uma outra coisa que posso fazer: denunciar."
Yann Marussich
Concepção e performance Yann Marussich Trilha sonora Denis Rollet Técnica Léo Marussich Concepção do seio Lorédane Straschnov Produção, administração e comunicação Perceuse Productions Scènes / Claire Félix, Léonore Friedli, Nathalie Wenger Apoio République et canton de Genève, Coincidencia, Pro Helvetia, Corodis, Loterie Romande, État de Genève
Foto Sarah Maitrot
Yann Marussich é uma figura única no campo da performance e da dança contemporânea. Desconcertante, provocador, autêntico, ele faz performances das quais não se sai completamente incólume.Bailarino de formação, Yann Marussich trabalhou com vários ballets e companhias francesas entre 1983 e 1988 (Ballet Ludécher; Compagnie Vocalise Danse Théâtre; Compagnie Dominique Petit). Paralelamente, interessou-se por outra filosofia do corpo: as artes marciais. Em 1989, ganhou a taça francesa de Viet Vo Dao, uma arte marcial vietnamita. No mesmo ano, participou na criação da companhia Vertical Danse, que foi dirigida por Noemi Lapzeson.
Desde 1989, cria as suas próprias peças e desenvolve uma carreira internacional como bailarino e coreógrafo. De 1993 a 2000, trabalhou em paralelo no campo da programação artística como diretor do Théâtre de l'Usine (Genebra), onde programou a dança contemporânea e mais especificamente, novas formas de expressão. Fundou também o ADC-Studio (Maison des Arts du Grütli, Genebra) em 1993 e foi responsável pela sua programação artística de 1993 a 1998.Desde 2011, Yann Marussich tem sido subsidiado pelo Departamento de Cultura e pelo Fundo de Arte Contemporânea (FMAC) da Cidade de Genebra.
12/12 | 18h | Museu de Arte Contemporânea - CDMAC
VOLTAR
