Sentimos falta do público, do contato dos encontros, dos abraços e das cumplicidades que os intercâmbios artísticos presenciais permitem. Atravessamos esse período como se estivéssemos numa corda bamba, equilibrando-nos para não cair, seguindo adiante pela impossibilidade de parar, juntando forças e afetos para prosseguir.
Esse é um momento de celebrar a superação desse estado de suspensão, de festejar o estar de volta, de respirar essa reabertura de um possível mais amigável e acolhedor. Esse retorno, é preciso dizer, faz-se com todos os cuidados, cumprindo protocolos essenciais para a preservação da saúde e da vida. Eis que, sobrevivendo e superando essa longa turbulência, chegamos à XIII Bienal Internacional de Dança do Ceará, que acontece de 9 a 19 de dezembro de 2021, finalmente de forma presencial.
Poderemos reencontrar nessa edição da Bienal artistas locais, nacionais e internacionais que, ao longo da existência do evento, já estiveram conosco e tornaram-se parceiros importantes para a construção de sua história. Os trabalhos programados apresentam um amplo leque de poéticas, refletindo a riqueza e diversidade das propostas que os diversos contextos da dança são capazes de produzir.
Balé da Cidade de São Paulo, Jorge Garcia Companhia de Dança e Eduardo Fukushima apresentam trabalhos que representam um recorte da produção paulista. Cia Balé Baião, Sílvia Moura, No Barraco da Constância tem!, Maria Epinefrina e Wellington Fonseca, Andréia Pires, Rosa Primo e Luís Alexandre, Rafael Abreu, João Paulo Lima, Paracuru Cia de Dança, Arreios Cia de Dança e Clarice Lima, todos artistas cearenses, complementam a programação nacional. Os convidados internacionais são representados por Rachid Ouramdane e Nathan Paulin (França), Fabrice Ramalingom (França) e Yann Marrusich.
Uma parte relevante da programação é constituída por obras geradas no período da pandemia. A realização destas foi possível graças à insistência, resiliência e criatividade dos artistas da dança, uma linguagem que, normalmente, solicita a presença física para poder acontecer. Num momento em que se tenta de todas as formas restringir e mesmo suprimir as vozes dos artistas, continuar produzindo, existindo e fazendo arte foi não somente uma forma de sobrevivência, mas também de resistência.
A abertura da Bienal se dará em Fortaleza, no dia 08 de novembro, às 20 horas, no Cineteatro São Luiz, com o Balé da Cidade de São Paulo. Há mais de 15 anos essa companhia não se apresentava nos palcos da Bienal. Para nós, a presença Balé da Cidade de São Paulo, assim como de tantos outros artistas que contribuíram enormemente para a construção dessa bonita jornada da Bienal, representa esse momento de respiro, de resgate dos encontros, da cumplicidade, da proximidade com nossos parceiros de longa data e com o público.
Estamos felizes com esse reencontro e agradecemos imensamente a todas, todos e todes que direta ou indiretamente contribuíram para que pudéssemos realizar essa edição da Bienal.