2017 | 50min | Livre
A ideia de índio que permeia o imaginário popular, cinco séculos após a ocupação portuguesa no Brasil, permanece como uma imagem-estereótipo de um ser mítico: um homem nu, bárbaro, não civilizado, uma figura homogeneizante deslocada do contexto de cada povo nativo existente no país. Em verdade, a existência dos povos indígenas brasileiros difere quase que totalmente dessas noções antiquadas. Dançando nossas noções burras sobre uma identidade indígena, mesmo que na tentativa de reavaliação de nossos conceitos, brincamos de índio, e na tentativa desta viração deparamo-nos com espelhos que mostram nossos [pré]conceitos sobre o que seria essa figura mítica à quem nos direcionamos. Com e por ironia, ao falar do outro é que, virados do avesso, nos enxergamos.
Nascido do encontro entre Clarissa Costa, Dayana Ferreira, Érica Martins, João Paulo Barros e Júnior Meireles, artistas e estudantes das graduações em
Dança da Universidade Federal do Ceará, Viração é resultado do Projeto Manguirá, trabalho de Conclusão de Curso de João Paulo Barros para a Licenciatura
em Dança da UFC. O projeto foi agraciado pelos Edital das Artes da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza - 2016 e XI Edital de Incentivo às Artes
da Secretaria de Cultura do Ceará.